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O Dólar chegará a R$ 7,00?

O Dólar chegará a R$ 7,00?

O Dólar chegará

 

Pouco mais de dois meses se passaram da célebre frase do ministro da Economia Paulo Guedes, que dizia que, somente se fizéssemos muita besteira, o dólar chegaria a R$ 5,00.

O patamar de R$ 5,00 foi ultrapassado facilmente dias depois de Guedes ter proferido a fatídica frase e hoje já está quase R$ 6,00 – e, ao meu ver, o dólar deve continuar forte.

Mas simplesmente dizer que a moeda continuará forte sem te explicar os motivos não te ajudaria muito, certo?

Em minha visão, a relação de preços entre as moedas, ou a taxa de câmbio, se move de acordo com três pontos: diferencial de juros, diferencial de crescimento e relação entre termos de troca. 

Complicou? 

Calma, vou explicar um por um de maneira rápida e simples. Depois, se você quiser, pode se aprofundar em cada um dos pontos e continuar tirando suas próprias conclusões.
Diferencial de juros: os países contam com uma taxa básica de juros da economia; é ela que baliza o retorno dos títulos da dívida pública. Essa taxa nos mostra qual é o retorno do investidor ao “emprestar” dinheiro a um determinado país. Quanto mais altas as taxas, desconsiderando o risco nesse momento, maior é o apetite dos investidores por investir em determinado país. 

 

A maior parte dos ativos de um país é negociada na sua moeda local, sendo assim, para que um investidor estrangeiro compre um ativo brasileiro, por exemplo, ele deve vender dólares, comprar reais e, aí sim, comprar títulos de dívida brasileira. Assim, quanto menor a diferença entre os juros brasileiros e os americanos, pior para a moeda brasileira – e hoje nosso diferencial de juros está nas mínimas com relação ao juro americano.

 

Diferencial de crescimento: as perspectivas de atividade em um país também influenciam no preço da sua moeda, já que os países que mais tendem a crescer atraem mais capital de investidores. Isso porque, em um país com um ritmo de atividade forte, baixa taxa de desemprego e inflação controlada, a expectativa de lucro das empresas é maior. Já países com perspectivas de atividade fraca, taxa de desemprego alta, ambiente de negócios desfavorável, a atratividade é menor e pode gerar até mesmo um movimento inverso, de saída de capital para países com melhores oportunidades.

 

Termos de troca: este é um ponto sobre o qual poucas pessoas ouviram falar, mas que impacta muito a relação de câmbio entre os países. A relação de termos de troca entre dois países nada mais é do que a relação entre o preço dos produtos que você exporta e a relação entre os preços dos produtos importados.

O Brasil basicamente exporta commodities e produtos básicos, como petróleo, soja e carne, e importa produtos de alta tecnologia envolvida, como máquinas, equipamentos e componentes químicos. 

O preço das commodities, principais itens exportados pelo Brasil, é muito mais sensível a uma queda da atividade econômica do que o preço dos produtos que importamos, sendo assim, em quedas bruscas de atividade, somos prejudicados pela relação dos termos de troca.

Qual é a perspectiva para esses três pontos daqui para a frente?

Quanto ao diferencial de juros, deve permanecer em níveis mínimos observados nas últimas semanas, além de poder ter mais um impacto negativo com mais cortes por parte do Banco Central brasileiro.

 

No diferencial de crescimento, devemos sofrer. Enquanto outros países conseguiram ao menos achatar o formato da curva de crescimento de novos casos e óbitos relacionados à Covid-19, o Brasil parece estar longe de chegar a esse ponto, e permanece como um dos países que menos testa a população. 

 

Enquanto outros países começam a relaxar as medidas de confinamento, o Brasil nem sequer tem um diagnóstico confiável da proporção da doença e onde deve focar os combates. E reabrir a economia sem ter controlado a velocidade de propagação do vírus parece não trazer efeitos positivos na atividade, vide o que ocorreu com a Suécia e outros países vizinhos. Claro, o Brasil é outro país, mas os exemplos não são animadores. Quem tem coragem de abrir um negócio em prena crise?

 

Quanto à relação dos termos de troca, podemos melhorar se a expectativa de atividade voltar a dar uma aliviada em nível global com as medidas de relaxamento produzindo efeito nos países asiáticos, na Europa e nos EUA, fazendo com que os preços das commodities voltem a se recuperar. Em caso de impactos mais profundos na atividade, podemos sofrer mais uma vez.

 

Além de o cenário já estar complicado por si só, nós ainda temos um fator de preocupação adicional: as incertezas políticas e fiscais no radar, que podem impulsionar o valor da moeda americana no curto prazo caso ambos se deteriorem ainda mais.

 

Eu, infelizmente, não conheço a Disney, não tenho um carro importado, e os componentes eletrônicos em casa são, em boa parte, nacionais. E acho que esses pequenos mimos não serão satisfeitos tão cedo, mas já me acostumei com a ideia. E você?

Si você  concorda que o ministro sabe da projeção da economia saber também que o nosso parceiro comercial  horoscopo diario  pode da uma previsão da sua vida.

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